Família comemorando a formatura de Janiara em Técnica em Enfermagem. Foto:arquivo da família

 Antonella carrega em seu nome o significado de “preciosa”, “de valor inestimável”, e é isso que representa para os pais Janiara Gomes e Ruan Mota. Primeira filha do casal, a pequena chegou ao mundo no dia 23 de setembro de 2017, 12 semanas antes do que é previsto para um parto considerado dentro do tempo normal, que conforme a Organização Mundial da Saúde é de 40 semanas.

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Os problemas tiveram início ainda durante a gestação. Janiara conta que já no pré-natal foi diagnosticada com arritmia. “ A médica disse que provavelmente já existia mas devido a gestação ficou pior, eu tinha muita palpitação, alguns desmaios, e aí com 10 semanas tive um sangramento, precisei ficar internada, de repouso e tomando várias medicações”.

 

Após receber alta, até as 26 semanas a gravidez seguiu normal, o cuidado era com a própria Janiara devido ao problema cardíaco. Mas com 26 semanas, a bebê começou apresentar problemas cardíacos também. “ Os batimentos do coração dela começaram a oscilar, uma hora batia muito lento outra hora rápido demais”.  Mais uma vez a mãe de Antonella precisou ser internada e ficou uma semana em um hospital particular da cidade. Mas os médicos não conseguiam resolver o problema e ela foi encaminhada para Goiânia-GO, onde foi realizado vários exames e todos estavam alterados.

A bebê precisava ser retirada, mas a médica que cuidava do caso orientou que esperasse chegar pelo menos a 30 semanas. Janiara retornou para Gurupi e passava por acompanhamento semanal. Até que  em uma ultrassom foi constatado que ela já estava em sofrimento fetal e não poderia esperar mais pois havia risco de ela ter várias sequelas se esperasse mais”, relatou Janiara.

Então elas foram encaminhadas as pressas para Goiânia, onde havia mais recursos disponíveis para o parto  tão

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prematuro. Foram feitos mais exames lá, e os médicos avisaram aos pais que não davam garantia de que a bebê sobreviveria, pois o estado dela era muito crítico. “Logo que nasceu ficou 5 dias  entubada, fez exames e ela estava com uns furinhos no coração e com hidrocefalia que era um líquido na cabeça dela, todos os exames alterados como o teste da orelhinha e do olhinho e ainda ela pegou uma infecção depois de um mês internada”.

Conforme o laudo da pequena Antonella, ela recebeu 40 dias de oxigenoterapia, sendo 4 dias em ventilação mecânica 13 dias em pressão positiva contínua nas vias aéreas, sigla em inglês (CPAP), 21 dias em oxigênio inalatório e dois dias em cateter nasal de oxigênio.

Só depois de dois meses que a bebê recebeu alta, mas tinha que ter acompanhamento médico constante. “Com um ano e cinco meses ela teve alta do neuro, e depois disso foi só evoluindo e desenvolvendo sem nenhuma sequela, com um ano e seis meses ela andou e hoje já fala tudo, e eu também repeti os exames, ainda tenho arritmia, mas é pouca, já ela está com o coração normal, fechou os buraquinhos que tinha”.

Para os pais Antonella é um milagre. “Ela representa tudo para nós, é um milagre, sentimos medo pois era tão pequena, frágil e como as médicas não davam garantia de vida tínhamos mais medo ainda. Mas nunca deixamos de acreditar que no final tudo ficaria bem”, diz o pai Ruan Mota.

“Quando descobri que ela teria que nascer prematura, fiquei com medo, passa muita coisa na cabeça, e se ela não conseguir, e se tiver sequelas, mas nunca perdi minha fé, nunca deixei de confiar e quando a via na incubadora, mesmo ela muito mal, eu sentia que Deus já tinha feito um grande milagre e que no final daria tudo certo e que ela sairia de lá com muita saúde e assim aconteceu”.

Janiara finalizou contando outro fato que aconteceu no início da gestação. “ As

A família agradecendo pela recuperação da Antonella. Foto:arquivo da família

coisas se encaixaram de uma forma incrível, pois a gente não tinha plano de saúde e de repente meu esposo foi demitido, eu estava grávida de um a dois meses e ele conseguiu outro serviço tão rápido, que dava todo amparo para gente como o plano de saúde e foi graças ao plano que conseguimos ter acesso a tudo que ela precisava, foi uma benção de Deus, porque aqui não tem UTI Neonatal e seria difícil ela sobreviver, Deus encaminhou tudo como se tivesse planejado”, concluiu.

 

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